INCONTINÊNCIA URINÁRIA ENTRE IDOSOS: UM ESTUDO EM ÁREAS POBRES DO NORTE E NORDESTE DO BRASIL
Resumo
A incontinência urinária (IU) é um importante problema de saúde comum entre idosos que demanda ampla utilização de serviços de saúde e acarreta diversos transtornos ao indivíduo e à família. Objetivou-se medir a prevalência de IU e identificar fatores associados à sua ocorrência entre indivíduos com 60 anos ou mais de idade residentes em dois municípios pobres das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Utilizando-se de abordagem quantitativa e delineamento transversal, entrevistadores treinados visitaram metade dos domicílios do município de Caracol (PI), e um terço dos domicílios de Garrafão do Norte (PA) e aplicaram questionário padrão a esta população. A medida de efeito utilizada foi razão de prevalências (RP) e a análise multivariável por regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Dentre os 1.023 idosos estudados, 15,4% referiram IU. Esta prevalência variou de 7,9%, entre aqueles que não referiram qualquer outro problema de saúde, até 27,5%, entre aqueles com 80 anos ou mais. A análise ajustada mostrou maior RP à ocorrência de IU entre aqueles com 80 anos ou mais de idade (2,14; 1,51-3,04), que sofreram quedas nas quatro semanas anteriores a entrevista (RP = 1,47; 1,02-2,01) e que referiram sofrer três ou mais problemas de saúde (2,60; 1,38-4,91). Não ser alfabetizado mostrou-se um fator de proteção à IU (RP = 0,52; 0,31-0,90) em relação a quatro anos ou mais de escolaridade. A ocorrência de IU mostrou-se elevada na população estudada e associada de forma independente à maior idade, relato de queda e presença de comorbidade.
Palavras-chave: Idoso. Incontinência urinária. Fatores de risco. Áreas de pobreza.
Referências
2. Marques LP, Schneider IJC, Giehl MWC, Antes DL, d’Orsi E. Demographic, health conditions, and lifestyle factors associated with urinary incontinence in elderly from Florianópolis, Santa Catarina, Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(3):595-606.
3. Bolina AF, Dias FA, Santos NMF, Tavares DMS. Incontinência urinária autorreferida em idosos e seus fatores associados. Rev -Rene. 2013;14(2):354-63.
4. Carneiro JA, Ramos GCF, Barbosa ATF, Medeiros SM, Lima CA, Costa FM, et al. Prevalência e fatores associados à incontinência urinária em idosos não institucionalizados. Cad Saúde Colet. 2017;25(3):268-77.
5. Padilha J, Silva AC, Mazo GZ, Marques CMG. Investigação da qualidade de vida de mulheres com incontinência urinária. Arq Ciênc ias Saúde UNIPAR. 2018;22(1):43-8.
6. Faria CA, Menezes AMN, Rodrigues AO, Ferreira ALV, Bolsas CN. Incontinência urinária e noctúria: prevalência e impacto sobre qualidade de vida em idosas numa Unidade Básica de Saúde. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2014;17(1):17-25.
7. Quadros LB, Aguiar A, Menezes AV, Alves EF, Nery T, Bezerra PP. Prevalência de incontinência urinária entre idosos institucionalizados e sua relação com o estado mental, independência funcional e comorbidades associadas. Acta Fisiátrica. 2015;22(3):130-4.
8. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação [Internet]. Rio de Janeiro (RJ): IBGE; 2013 [citado 2016 dez 3]. Available from: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
9. Cesar JA, Oliveira-Filho JA, Bess G, Cegielka R, Machado J, Gonçalves TS, et al. Perfil dos idosos residentes em dois municípios pobres das regiões Norte e Nordeste do Brasil: resultados de estudo transversal de base populacional. Cad Saúde Pública. 2008;24(8):1835-45.
10. Brasil. Ministério da Saúde. Indicadores básicos de saúde: indicadores municipais – 2005-2016. Brasília, DF: MS; 2018.
11. Dean A, Arner T, Sunki G, Friedman R, Lantinga M, Sangam S, et al. Epi InfoTM, a database and statistics program for public health professionals. Atlanta: CDC; 2011.
12. StataCorp. Stata statistical software: release 13. College Station: StataCorp LP; 2013.
13. Burti JS, Santos AMB, Pereira RMR, Zambon JP, Marques AP. Prevalence and clinical characteristics of urinary incontinence in elderly individuals of a low income. Arch Gerontol Geriatr. 2012;54(2):e42-6.
14. Fechine BRA, Trompieri N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient Int. 2012;20(1):106-32.
15. Gibson W, Wagg A. New horizons: urinary incontinence in older people. Age Ageing. 2014;43(2):157-63.
16. Olshansky SJ, Antonucci T, Berkman L, Binstock RH, Boersch-Supan A, Cacioppo JT, et al. Differences in life expectancy due to race and educational differences are widening, and many may not catch up. Health Aff. 2012;31(8):1803-13.
17. Lenardt MH, Carneiro NHK, Binotto MA, Setoguchi LS, Cechinel C. Relação entre fragilidade física e características sociodemográficas e clínicas de idosos. Esc Anna Nery. 2015;19(4):585-92.
18. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):M146-156.
19. Sandoval RA, Sá ACAM, Menezes RL, Nakatani AYK, Bachion MM, Sandoval RA, et al. Falls in the non-institutionalized elderly: a systematic literature review. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2013;16(4):855-63.
20. Prata HL, Junior EDA, Paula FL, Ferreira SM. Envelhecimento, depressão e quedas: um estudo com os participantes do Projeto Prev-Quedas. Fisioter Mov. 2017;24(3):437-43.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1.Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.