HOSPITALIZAÇÕES POR LESÕES AUTOPROVOCADAS INTENCIONALMENTE NA BAHIA, BRASIL
Resumo
Caracterizar as internações hospitalares decorrentes de lesões autoprovocadas intencionalmente no estado da Bahia, Brasil, no período de 2008 a 2016. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, tendo como unidade de análise as notificações de internações hospitalares por lesões autoprovocadas intencionalmente no Sistema Único de Saúde. Identificaram-se 4.140 internações, sendo 66,5% do sexo masculino e 33,5% do sexo feminino; o maior tempo de permanência foi em idosos, com média de 3,47 dias. Houve predominância de autointoxicações voluntárias por álcool (média de 211,33 internações; DP = 53,33), seguidas das autointoxicações por pesticida/produtos químicos (média de 83,44 internações; DP = 7,35). A taxa de mortalidade foi de 4,05 para ambos os sexos, 4,2 para homens e 3,2 para mulheres. As hospitalizações por lesões autoprovocadas intencionalmente na Bahia nessa série histórica ocorreram em sua maioria em homens, sendo o álcool o mecanismo de lesão predominante; a permanência hospitalar foi maior em idosos, e a taxa de mortalidade geral por suicídio foi considerada baixa para a população estudada.
Palavras-chave: Violência. Suicídio. Estatística. Tentativa de suicídio. Hospitalização.
Referências
2. Souza VS, Alves MS, Silva LA, Lino DCSF, Nery AA, Casotti CA. Tentativas de suicídio e mortalidade por suicídio em um município no interior da Bahia. J Bras Psiquiatr. 2011;60(4):294-300.
3. Overholser JC, Braden A, Dieter L. Understanding suicide risk: identification of high risk groups during high risk times. J Clin Psychol. 2012;68(3):349-61.
4. Chan LF, Shamsul AS, Maniam T. Are predictors of future suicide attempts and the transition from suicidal ideation to suicide attempts shared or distinct: a 12 month prospective study among patients with depressive disorders. Psychiatry Res. 2014;220(3):867-73.
5. Martins DF Jr, Felzemburgh RM, Dias AB, Caribé AC, Bezerra-Filho S, Miranda-Scippa Â. Suicide attempts in Brazil, 1998-2014: an ecological study. BMC Public Health. 2016;16:990.
6. Organização Mundial da Saúde. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a ed. rev. São Paulo (SP): Edusp; 2017.
7. Organização Mundial da Saúde. WHO Document Production Services. Mental Health Action Plan 2013-2020. Genève; 2013.
8. Organização Mundial da Saúde. Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias. Prevenção do suicídio: um recurso para conselheiros. Série: Prevenção do suicídio: uma série de recursos. Genève; 2006.
9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Suicídio: tentativas e óbitos por intoxicação exógena no Brasil, 2007 a 2016. Bol Epidemiol. 2019;50(15):1-12.
10. Silveira RE, Santos AS, Ferreira LA. Impactos da morbimortalidade e gastos com o suicídio no Brasil de 1998 a 2007. Rev Pesqui. 2012;4(4):3033-42.
11. Organização Mundial da Saúde. Definition of key terms. Genève; 2013.
12. Organização Mundial da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília (DF): Opas; 2005.
13. Organização Mundial da Saúde. Departamento de Saúde Mental. Prevenção do suicídio: um manual para profissionais da saúde em atenção primária. Genève; 2000.
14. Lovisi GM, Santos SA, Legay L, Abelha L, Valencia E. Epidemiological analysis of suicide in Brazil from 1980 to 2006. Rev Bras Psiquiatr. 2009;31(supl. 2):S86-93.
15. Organização Mundial da Saúde. Preventing suicide. CMAJ. 2014;143(7):609-10.
16. Gili M, Roca M, Basu S, Mckee M, Stuckler D. The mental health risks of economic crisis in Spain: evidence from primary care centers, 2006 and 2010. Eur J Public Health. 2013;23(1):103-8.
17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua: desocupação vai a 8,9% no terceiro trimestre de 2015. Agência IBGE Notícias [Internet]. Rio de Janeiro (RJ); 2015 nov 24 [citado em 2020 agoi 31]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/15165-pnad-continua-desocupacao-vai-a-8-9-no-terceiro-trimestre-de-2018
18. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: mercado de trabalho brasileiro: 3º trimestre de 2015. Rio de Janeiro (RJ); 2015 nov 24.
19. Babones SJ. Income inequality and population health: correlation and causality. Soc Sci Med. 2008;66(7):1614-26.
20. Suhrcke M, Stuckler D. Will the recession be bad for our health? It depends. Soc Sci Med. 2012;74(5):647-53.
21. Barr B, Taylor-Robinson D, Scott-Samuel A, McKee M, Stuckler D. Suicides associated with the 2008-10 economic recession in England: time trend analysis. BMJ. 2012;345:5142-9.
22. Stuckler D, Basu S, Suhrcke M, Coutts A, McKee M. The public health effect of economic crises and alternative policy responses in Europe: an empirical analysis. Lancet. 2009;374:315-23.
23. Kentikelenis A, Karanikolos M, Papanikolas I, Basu S, McKee M, Stuckler D. Health effects of financial crisis: omens of a Greek tragedy. Lancet. 2011;378:1457-8.
24. Organização Mundial da Saúde. Regional Office for Europe. Impact of economic crises on mental health. Copenhagen; 2011.
25. Gonçalves EMG, Ponce JC, Leyton V. Uso de álcool e suicídio. Saúde Ética Justiça. 2015:20(1):9-14.
26. Lima DD, Azevedo RCS, Gaspar KC, Silva VF, Mauro MLF, Botega NJ. Tentativa de suicídio entre pacientes com uso nocivo de bebidas alcoólicas internados em hospital geral. J Bras Psiquiatr. 2010:59(3):167-72.
27. Cardoso GT. Comportamentos autolesivos e ideação suicida nos jovens [dissertação]. Coimbra: Universidade de Coimbra; 2016.
28. Klimkiewicz A, Ilgen MA, Bohnert AS, Jakubczyk A, Wojnar M, Brower KJ. Suicide attempts during heavy drinking episodes among individuals entering alcohol treatment in Warsaw, Poland. Alcohol Alcohol. 2012;47(5):571-6.
29. Fudalej S, Ilgen M, Fudalej M, Wojnar M, Matsumoto H, Barry KL, et al. Clinical and genetic risk factors for suicide under the influence of alcohol in a Polish sample. Alcohol Alcohol. 2009;44(5):437-42.
30. Ribeiro DB, Terra MG, Soccol KLS, Schneider JF, Camillo LA, Plein FAS. Motivos da tentativa de suicídio expressos por homens usuários de álcool e outras drogas. Rev Gaúcha Enferm. 2016;37(1):1-7.
31. Abreu KP, Lima MAD, Kohlrausch E, Soares JF. Comportamento suicida: fatores de risco e intervenções preventivas. Rev Eletrônica Enferm. 2010;12(1):195-200.
32. Monteiro RA, Bahia CA, Paiva EA, Sá NNB, Minayo MCS. Hospitalizações relacionadas a lesões autoprovocadas intencionalmente, Brasil, 2002 a 2013. Ciênc Saúde Colet. 2015;20(3):689-99.
33. Bertolote JM, Fleischmann A, Butchart A, Besbelli N. Suicide, suicide attempts and pesticides: a major hidden public health problem. Bull World Health Organ. 2006;84(4):260.
34. Padilha PDM, Toledo CEM, Rosada CTM. Análise da dispensação de medicamentos psicotrópicos pela rede pública municipal de saúde de Campo Mourão/PR. Rev Uningá Rev. 2014;20(2):6-14.
35. Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Plano Nacional de Prevenção do Suicídio 2013/2017. Lisboa; 2013.
36. Lopes LMB, Grigoleto ARL. Uso consciente de psicotrópicos: responsabilidade dos profissionais da saúde. Braz J Health. 2011;2(1):1-14.
37. Castro MGGM, Ferreira AP, Mattos IE. Uso de agrotóxicos em assentamentos de reforma agrária no município de Russas (Ceará, Brasil): um estudo de caso. Epidemiol Serv Saúde. 2011;20(2):245-54.
38. Durkheim E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo (SP): Martins Fontes; 2000.
39. Maciel ACC, Guerra RO. Prevalência e fatores associados à sintomatologia depressiva em idosos residentes no Nordeste do Brasil. J Bras Psiquiatr. 2006;55(1):26-33.
40. Mitty E, Flores S. Suicide in late life. Geriatr Nurs. 2008;29(3):160-5.
41. Duarte MB, Rego MAV. Comorbidade entre depressão e doenças clínicas em um ambulatório de geriatria. Cad Saúde Pública. 2007;23(3):691-700.
42. Minayo MCS, Cavalcante FG. Suicídio entre pessoas idosas: revisão da literatura. Rev Saúde Pública. 2010;44(4):750-7.
43. Machado DB, Santos DN. Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J Bras Psiquiatr. 2015;64(1):45-54.
44. Minayo MCS, Pinto LW, Assis SG, Cavalcante FG, Mangas RMN. Tendência da mortalidade por suicídio na população brasileira e idosa, 1980-2006. Rev Saúde Pública. 2012;46(2):300-9.
45. Meneghel SN, Victora CG, Faria NMX, Carvalho LA, Falk JW. Características epidemiológicas do suicídio no Rio Grande do Sul. Rev Saúde Pública. 2004;38(6):804-10.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1.Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.